Hey! Esse post traz umas dicas maneiras pra quem está pensando numa viagem para o Marrocos, em especial, Marrakech. Gostei muito da cidade e de lá saem passeios para o Deserto do Saara. Cola nesse post, que te passo o esquema completo. Vamos aos primeiros detalhes:
Aéreo:
Se você está no Brasil, hoje tem voos mais acessíveis, com conexões em Portugal (pela Tap), que costumam ser mais baratos. Se você estiver fazendo um tour pela Europa e se quiser dar uma esticadinha, tem voo de baixo custo pela “Ryanair”. Eu saí num voo de Barcelona, até Marrakech. Nessa cia aérea dá pra achar passagem até de 9 euros, cada.
Visto para brasileiro: Não precisa.
Moeda local: Dirham marroquino.
Marrakech
Aquela mistura de cores, o ocre dos muros, o barulho por todo lado, os cheiros, o olhar secreto das mulheres, tradição, cultura, fé, política, a delicadeza e a esperteza do marroquino… Tudo ao mesmo tempo.
Esta foi a cidade que escolhi para sentir um pouco da atmosfera do Marrocos. Passar uns dias caminhando sem rumo pela medina (parte antiga da cidade, toda amuralhada), perdido pelos labirintos é uma das maneiras de se colocar em contato com o costume daquele povo, afinal, os árabes são bons vendedores e essa tradição se mantém viva ali. Os véus, lenços, máscaras, temperos, souvenirs, tudo isso contribuiu para o colorido e a confusão que a medina proporciona. Sem falar nesses portais árabes, de concreto, que nos levam de ponto a outro ali dentro.
Para me hospedar, escolhi um albergue simples, mas que tinha as características de um riad: um pátio central com jardim. O melhor de tudo é que era bem próximo da praça principal Jemaa el-Fna. É uma praça bem grande e que se mostra mais interessante ainda ao pôr-do-sol. Há vendedores, encantadores de serpente, macacos para fotos, temperos, carro, carroça, moto, artistas de rua, assim mesmo, tudo misturado! Rola tomar um chá, comer alguma coisa em um dos restaurantes/bares que há em volta dela, num segundo piso. Assim, dá pra ver todo o movimento da praça de cima e o sol se pondo por trás da Mesquita de Koutoubia.
Outra parada que recomento é o “Jardim Majorelle”, que inclusive, foi um dos lugares mais lindos que visitei. É uma casa azul enorme, cercada por um jardim com plantas do mundo todo. O estilista Yves Saint Laurent, de tão apaixonado pelo país, comprou a propriedade. O destaque na parte externa fica por conta dos cactos gigantes e pelas janelas lindíssimas com arquitetura árabe. Dentro havia uma exposição de joias de um povo nômade, os berberes. É hipnotizante! Numa sala de fundo negro, alguns manequins exibiam as peças, ladeadas por espelhos e no teto, com pequenos pontos de luz. Juntando tudo, parecia o infinito. Um céu de estrelas com joias brilhantes.
A região da medina é realmente bem grande. Um dos pontos interessantíssimos pra conhecer também é o “Palais de la Bahia”. Ele é uma excelente mostra da arquitetura “Árabe Andaluz”. É de encher os olhos com muitos azulejos, pinturas, fontes, pátios e os jardins que são realmente lindos. A gente fica perdido e não sabe nem por onde começar, por conta de tantos detalhes lindos. As portas, o teto, os detalhes em madeira… Tudo lindo!
Ali pertinho tem um palácio em ruínas, o “Palais Badí”. O espaço é gigante e dá pra andar pelo lugar, e ter uma noção de como ele era imponente. Dá pra subir na muralha do palácio e ver Marrakech lá de cima.
De Marrakech, segui em numa van rumo ao Saara. Paramos em Ouarzazate, a Hollywood do deserto. A cidade serviu de locação para filmes como Ali Babá e os 40 Ladrões, Gladiador, Asterix e Obelix: Missão Cleópatra, Lawrance da Arábia e por aí vai. É um lugar incrível, que mistura a cor ocre do deserto, com as montanhas nevadas do Atlas ao fundo. É de tirar o fôlego!
Chegamos a Tinghir, onde conhecemos uma família tradicional marroquina, que há décadas, trabalha com tapetes. Fazem tudo manualmente e passam de geração em geração. A senhora da casa, com um baita sorriso no rosto, sem saber falar inglês, espanhol ou francês, me perguntou de onde eu era. Disse que sou do Brasil. Seu sorriso foi maior ainda. E ainda me disse que eu não era brasileiro, mas árabe. Para ela, eu me parecia muito com seu povo. Mesmo sem eu falar árabe, tivemos esses “dois dedinhos de proza”, e dela, já não posso esquecer: Fátima! Rolou até abraço, beijo, pose pra foto e aquele gritinho que as marroquinas fazem, balançando a língua… Por ali vi umas crianças brincando. Me aproximei e brincamos um pouco, sem falar, mas sorrindo apenas. Seguimos viagem, até o deserto.
Sim, o Saara é aquilo tudo aquilo que esperávamos. Agora, já sem a van, seguimos de camelo. Andamos pelo deserto, até um ponto chave para o pôr do sol. No topo de uma grande duna, vimos o sol cair e a noite chegar. Meio embriagados pela magia do deserto, seguimos para nosso acampamento. O que tínhamos ali era chão de deserto e um céu de estrelas… Na enorme barraca que abrigaria a todos naquela noite, havia um senhor, que cantava músicas berberes para embalar nossa noite. Para o jantar, tagine, prato tradicional do Marrocos. Uma espécie de cozido de legumes, geralmente com uma carne. Depois do jantar, sentindo o calor de uma fogueira, conversando, ouvindo histórias sobre o país e caímos no sono, ali mesmo. Ao invés do teto da barraca, preferimos o céu estrelado.
De volta a Marrakech, hora de ir pro aeroporto. Decidi ir caminhando tomar meu voo, porque, além de pertinho, tem um lugar no caminho que eu queria conhecer: o Jardim de Menara. Olha só esse visual, com o Atlas Mountain ao fundo. É pra encerrar essa viagem numa calmaria, hem?
Segui caminhando, com a mochila nas costas, rumo ao aeroporto. E não é que fui surpreendido por alguns jovens que passavam de moto? Um cara numa motinha e um casal em outra. Viram que eu estava só e indo pro aeroporto, me ofereceram carona. Fiquei sem graça e com um pouco de medo mas pensei: “quando é que volto aqui e em que lugar do mundo eu iria de carona de moto pro aeroporto?”. Quer saber, foi muito maneiro! Fomos conversando um pouco no caminho, foi divertido, rimos um cado e essas histórias são um presente, né?
Marrocos, espero te rever em breve!